A cada morte de um amigo abre-se em meu
coração uma cratera de emoções com difícil prazer de visitar o corpo
do falecido, sinto um vácuo intransponível, prefiro ficar guardando
as boas imagens da vida, relembrando os momentos vivenciado com a presença do
escolhido por Deus, chorando na ausência, sem me expor ás inúmeras lágrimas dos
demais que comparecem para o dever cristão do último adeus.
Estou ficando a cada óbito, convicto de
que é melhor fixar a mente em passagens do cotidiano de quem temos afinidade
por amizade ou por consanguinidade genética, vertendo o pranto do
silêncio pra não machucar mais um coração que sangra a cada despedida.
Tive raros e especiais momentos de
prazer ao lado de Chiquinho Domingos, dedilhando sua viola,
solfejando lindíssimas composições de Raul Seixas, Alceu
Valença, Ednardo e Belchior,época em que nossa juventude eternizava o sucesso
destes grandes artistas.
Prefiro lembrar do show paralelo dado por Chiquinho na década de 80, após ter ido com ele á Mossoró participar de uma edição da "Mais Bela Voz" promovido pela Rádio Rural".
Encerrado o show, Chiquinho tirou a
camisa do seu violão e em menos de meia hora, tocando e cantando música deste
colossal quarteto da vanguarda musical, lotava todas as mesas do Hotel São
Pedro na cidade de Mossoró.
Outra vez na cidade de
Pendências, chegando no "Bar Cearense" de seu Chico Torquato fizemos
outra grande apresentação, tomei emprestado a Isidro Monteiro (in memorian) o
violão do Mobral pra que Chiquinho pudesse numa tocata de 1 hora seguida,
cantar todos os sucessos do Maluco Beleza".
São por estas e outras razões que me
reservo a não ver o amigo em estágio de defunto, prefiro lembrar de Chiquinho
desde a época em que o chamava de "Caquinho" quando saia a sua
procura pra bebericar pelos bares da cidade e adjacências.... Vai com Deus
amigo fazer parte da orquestra do Céu!
Postado por Aluizio Lacerda
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